
"São vagalumes. Vagalumes grudados naquela coisa grande azul-escura."
- Timão sobre as estrelas
Sou romântico. Inegável. Houve momentos em que sê-lo me trouxe certos problemas, uma vez que - infelizmente - o mundo moderno é agitado e superficial demais para que as pessoas se atenham a banalidades como flores, poemas e declarações de amor. Não coloco chocolates na listagem porque, francamente, no dia em que alguém disser que não gosta de ganhar chocolates, eu volto a frequentar a igreja.
Ou não.
Costumo metaforizar a paixão como vagalumes. É algo que irrompe do breu, totalmente vindo do nada, e passa a brilhar em intensidade progressiva e irremediável. Você não sabe por que diabos eles brilham, nem tampouco de onde eles vêm ou pra onde eles vão. Só o que você sabe - ou melhor, sente é uma comichão interna, um entroncamento na garganta, que faz com que se abra aquele sorriso enorme apenas ao vê-los agitarem suas pequenas asas na moldura aconchegante da noite.
Quem nunca se sentiu assim ao ver a pessoa de quem se gosta?
O mundo anda em velocidade impossível de acompanhar. E o que realmente importa escapa bem diante dos nossos olhos. Faço um convite a todos: observem os vagalumes. Sua vida poderá se tornar muito mais simples em seguida.