segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Em tinta preta


Vem! Encanta-me a tua face
Intrigada a contemplar o desenlace
Da poesia derradeira. Goza
O momento com curiosidade jubilosa,

Espia por sobre meus ombros
As palavras que, de escombros,
Passam a plácidos castelos -
O som de espadas a chocarem-se em duelos;

O farfalhar das folhas d'outono vindouro;
As areias afuniladas na ampulheta;
Marteladas do artesão no couro.

Assim caminha a pena na caderneta,
Transformando a pedra bruta em ouro -
Um mundo que se exprime em tinta preta.

Nenhum comentário:

Postar um comentário